domingo, 14 de junho de 2009

Auto-ajuda Express

Quando a gente é pequeno e tem uma infância legal, pensa que a vida é a maior moleza, né? Que ser feliz é possível num estalar de dedos... Só muito depois nos damos conta que é mais fácil estar feliz do que ser feliz.

Um dos aspectos que defintivamente atrapalha ser feliz, acho eu, é que colocamos a felicidade num patamar alto demais. Estabelecemos que precisamos o tempo inteiro batalhar duro para chegar à perfeição. E como, obviamente, nunca conseguimos isso, vivemos frustrados.

O que eu proponho é mudar esse patamar: em vez de querer atingir o ápice, que tal passar a se contentar com o... mais ou menos? Parece pouco? Bom, é mais do que menos - e menos é o que mais temos encontrado neste mundo, sinceramente falando.

Comentei a proposta com alguns amigos que ficaram revoltados. "Como assim? Não quero sexo mais ou menos!" , gritou um. "Não quero comida mis ou menos!", revoltou-se outro. "Nem trabalho mais ou menos!", bradou um terceiro.

Gente, a coisa não é tão pontual. Estou falando de alguns ideais que, não sei o porquê, a gente lançou lá na estratosfera. Só o super-homem mesmo para alcançá-lo. Por exemplo: grana. Poxa, será que não dá pra se contentar com um salário mais ou menos, que dá pra pagar as contas e não traz, por outro lado, o estresse que em geral acompanha aquela dinheirama toda no contracheque?

Outro: corpo. Um corpo mais ou menos em forma não é o suficiente pra fazer alguém feliz? Não seria uma maneira de passarmos a aceitar nossos pequenos defeitos? Ou você ainda não reparou no discreto charme da imperfeição?

As pessoas têm problemas com o mais ou menos. Acham mixaria. É um falso dilema, porque muitos dos que nós conhecemos nem nele chegam. "Bem mais ou menos", costuma dizer sobre algo ruim... Como se o over também não fosse tantas vezes péssimo. O ponto fundamental é: por que não aprender a ser feliz com o que já se tem?

A segunda idéia prática desse minimanual é substituir Deus por algo mais paupável. Calma, calma, não estou dizendo para você deixar de ter fé. Ter fé é bom. Remove montanhas, não é assim que se diz?

Mas sinto que é preciso algo mais terra-a-terra para ser usado no cotidiano. Funciona assim: você escolhe uma segunda coisa que sabe fazer além de sua ocupação principal, algo de simples realização, tipo um plano B. Daí, nos momentos que está insegur, quando não sabe se uma nova jogada dará certo, pensa: se tudo der errado, ainda posso fazer aquilo.

A vida é arriscada mesmo. Talvez o segredo esteja em viver em etapas: devíamos começar tendo como meta o mais ou menos, mas sem desprezá-lo uma vez que chegamos lá. Aprendendo a se satisfazer com esse pouco que nem é tão pouco assim, podíamos nos dar o direito de tentar alçar vôos bem mais altos, mas sem o temor da queda, que atrapalha bastante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenso. :S

( manel )