sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Minha mão só pensa em você

Saiba, que das 101 mentiras da classe masculina a mais hipócrita é a de número 60 - "Não me masturbo". Como se o sexo tivesse alguma coisa a ver com essa prática milenar. Não é a fortuna sexual que vai nos furtar a vontade. Assim como a TV não matou o cinema e a Internet não substituiu os jornais e as revistas, o sexo não elimina a masturbação. É outra linguagem, outro meio. Como se diz por ae, "a mente move a matéria". Viva a imaginação!

O pior é que a mentira de número 60 embute outra: "Quando me masturbo, só penso em você". Geralmente não. principalmente se você amar ou estiver apaixonado - não se vislumbra o ente querido nessas sessões paranormais. Masturbamo-nos até pela donzela da latinha de Leite Moça, menos em intenção às futuras mães dos nossos filhos. Vamos negar?

E uma mentira puxa outra. Tem mais uma: "Você me masturba tão bem!" Aliás, essa frase aí acho que nunca dissemos na vida (e se dissemos, faltamos com a verdade), pois simplesmente, embora louvemos o esforço de reportagem e a delicadeza, nunca uma mulher conseguiu chegar ao ponto certo entre ritmo, cadência e pressão. Masturbação, como reza a etimologia, é um negócio bem particular. É auto-ajuda, jamais solidariedade ou altruísmo.

Portanto, nas 101 mentiras masculinas, cabiam mais, no mínimo dois verbetes, o 102 e o 103. As mentiras reúnem nossas promessas, arrodeios e medos diante da fúria feminina. Da mentira número 1 ("Vou ligar pra você") à de número 101 ("Tomarei conta de você pra sempre").

A melhor de todas é a de número 99: "Desta vez, falo realmente sério". A 49 também é ótima: "Você é a única que me entende". E a 45 "O que me atrai em você é a sua mente". Enfim, todos nós já fomos flagrados em quase todas as ocasiões citadas na lista. Nascemos nos entregando a desculpas.

Mas não nos enganemos. Pelo menos outras 50 são comuns às mulheres. Principalmente a que citei acima ("Você me masturba tão bem"). Antes dos 20 anos, um homem não sabe sequer dar bom dia a uma mulher. Ao que eu acrescento: depois que o homem aprende a cumprimentar uma mulher, ele passa o resto da vida tentando aprender a tocar direito a criatura. Mas não tem jeito, nunca aprendemos. E só nos resta o contentamento do engano: "nunca nenhum outro homem me tocou tão bem", dizem elas. E nós engolimos, claro, como imbatíveis pessoas do amor.