terça-feira, 17 de julho de 2007

Mini -Férias

queria postar algo legal hoje, mas meu dia foi muito corrido e agora to atrasado, vou viajar até dia 23, então quando eu voltar eu posto algo praqueles que ainda lêem esse blog. Boa viagem pra mim :)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Mentindo de pé junto

"Juntos até que a morte nos separe". Que lindo, que romântico! Falando sério: como alguém pode dizer isso sem cair na gargalhada? Tá, as cidades andam violentas, e não sabemos se vamos ser atingidos por uma granada quando atravessarmos a rua , mas, tirando a possibilidade de um desastre amanhã pela manhã, hipotecar o futuro é algo complicado, né não?

Juras de amor eterno são iguais a tatuagem: assumimos como verdade eterna nossa vontade presente e ignoramos completamente as mudanças que, por certo, virão (e, provavelmente, mudarão drásticamente nossas certezas). Pode ser muito legal, hoje, tatuar o "Bob Esponja" na bunda ou olhar nos olhos da Ziguifrida e declarar em tom solene que a ama mais-que-tudo-pra-todo-o-sempre-amém. Mas, amanhã, o "Bob Esponja" pode virar coisa de boiola (se já não for) e os hábitos sexuais bizarros da Ziguifrida se mostrar incompatíveis com sua criação de bom menino. E aquele belo e sonoro "pra sempre" vai, de repente, se tornar uma tremenda lorota (ainda bem que resta a opção de apagar a tattoo e pedir o divórcio).

Vivo falando nunca mais - o que é tão pretensamente eterno quanto pra sempre - e por isos não sou das pessoas mais indicadas pra dissertar sobre o assunto. Bom, pelo menos tenho semancol suficiente pra sacar que essa atitude sabe-tudo é ligeiramente estúpida... Pior que eu são os santos seguidores da fé cristã que ainda não perceberam que esse juramento pode parecer muito bonito, mas é um sádico que mata bem devagarinho. E, em vez de causar a dita obediência à "vontade de Deus", só causa uma sensação péssima de fracasso emocional cada vez que uma relação dá errado (de acordo com o preceito religioso de dar certo: durar até o funeral, não importando quão atribulado ou infeliz seja o percurso do altar até a coroa de flores).

Antes de me chamarem de qualquer coisa, já vou dizendo que acredito no amor, tenho fé que duas pessoas, independente do sexo dos envolvidos, possam viver felizes e trocando apelidinhos por um bom tempo. O que não ouso ditar é o que significa esse "um bom tempo"; sei lá se serão meses, anos ou dias. Aliás, o sucesso de uma relação não deveria ser medido pelo calendário. Ninguém mede, por exemplo, o sucesso de uma receita pelo tempo que demorou pra ficar pronta, e sim pelo prazer de comê-la. Com um casamento/namoro/enrosco deveria ser a mesma coisa. Tirando o fato de que comemos ou somos comidos (esse somos foi só pra generalizar, por favor não entendam mal :x) sem pesar ingrediente nenhum.

Esse não é um discurso anti-espontaneidade: se você está a fim de falar que nada pode ofuscar a paixão eterna e bela como o pôr-do-sol na Baía de Guanabara que você tem por ela, vai lá. Todos precisamos de momentos assim para relembrar. Seria chato demais se fôssemos sensatos sempre.

Eu mesmo já jurei coisas que, depois, admiti serem uma tremenda furada. Faz parte. Só não sou pretensioso a ponto de definir meu futuro a partir do que quero hoje pr amim. Sigo acreditando em algo bem simples, que coloco em prática todos os dias: não juro. Simplesmente vou vivendo, sendo feliz ou não e vendo no que dá. É muito mais honesto. E, na verdade, é tudo o que eu posso fazer.

PS.: parei de postar um pouco por motivos de saúde, tava fodaaaa.

VIP :)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Você é apenas um menino


Você é um menino. Treze, catorze anos. Inseguro, tímido. Começa a se interessar pelas mulheres. E não vai demorar para perceber que mulheres e problemas aparecem juntos em sua vida. Você não sabe lidar com o mundo novo no qual está entrando. Sua voz está mudando. Os pêlos estão aparecendo. O futebol já não é seu único interesse. Aparecem os primeiros bailes. Você não sabe direito que roupas escolher. As sugestões de sua mãe lhe parecem horríveis. Mãe nunca acerta na roupa do filho, uma lei tão velha e tão eterna quanto as estrelas no céu e as ondas no mar. Ser criança era muito mais fácil.

E então você olha para os garotos um pouco mais velhos. Eles estão nas classes um ou dois ou três anos mais adiantadas que a sua. Seu olhar mistura admiração e inveja. Eles parecem tão seguros. Tão confiantes. Alguns ameaçam um bigode, uma barba. A voz jha está definida. E as meninas da sua classe estão apaixonadas por eles, não por você. Eles são mais altos que você. Eles são melhores que você. Já devem até ter dormido com alguma menina. E você jamais viu uma mulher nua que não fosse sua mãe ou não estivessse numa revista. Eles se libertaram daqueles programas sem graça com a família. Mas seu dia chegará. Os dias hão de passar. Você vai crescer e seus problemas desaparecerão. Você será um homem firme, forte, como os caras mais velhos.

E eis que você é como eles. Os caras maiores que você via de longe. Você imaginava que sua vida seria outra. Mas não foi bem assim. Você cresceu, sua voz engrossou. Você até viaja sozinho, sem os pais, com os amigos. A virgindade ficou pra trás, mas você já percebeu que o sexo não é o fenômeno extraterrestre que você pensava ser antes de experimentá-lo. É bom, às vezes muito bom, algumas vezes ótimo. Mas não é coisa de outro mundo. A terra não treme sempre ao se fazer sexo, ao contrário do que você sonhava. Você já é um homem. Ou quase um homem. E pensava que a segurança máscula viesse com o tempo, com a mesma naturalidade com que a terra se molha quando vem a chuva. Mas não.

E então você olha para os homens feitos. Formados, empregados. Alguns casados. eles, sim, são os típícos homens. Basta olhar para o andar seguro, o olhar firme. Eles não têm dúvidas, não têm medos como você. Os mais ricos têm carros chiques. Pagam com cartões de crédito, e não com o dinheiro pedido a seu pai, como você. Uns vestem gravatas que devem valer duas mesadas suas. Alguns têm um cartão em que estão escritos os nomes e o cargo. Nada parece ser capaz de abalá-los. Eles não sentem vontade, nas noites escuras, de pedir um refúgio na cama de seus pais. Você sente, às vezes. Seja honesto: você fez isso outro dia.

Seu dia chegará. E chegou. Você se formou. Arrumou um emprego promissor. Tem um cartão profissional. O carro podia ser melhor, mas é bom. Tem ar-condicionado e som. O namoro é firme. Deve terminar em casamento. Seu armário tem até um blazer Armani que você comprou num momento de entusiasmo e desvario. Mil reais. Você parece o cara mais seguro do mundo, como todos os seus colegas e amigos. Mas só parece. Lá dentro continua uma criança, como todos os seus colegas e amigos. Todos disfarçam bem. Todos aprenderam que ser homem é ser forte. Você queria gritar socorro, mas não convém demonstrar fraqueza. Você queria se abrigar no colo de seu pai, mas ele já não está lá. E então você ri, porque a vida é mesmo engraçada, repleta de crianças fingindo-se de homens até o último dos dias.
PS: Em duas semanas estarei indo pra Judge of Outside na casa do oOmpa very nice gay, ops guy :)))) vai ser foda
VIP :)