
Por mais clichê que possa parecer, leia até o fim :)
Gosto de um pensamento essencial do zen-budismo (alguém me disse que era). Mais ou menos assim: o passado já passou. Não importa mais. Para que ficar pensando nele, para que se atormentar com o que já aconteceu? O futuro ainda não existe. Para que se preocupar ocm ele, se não temos idéia do que será o amanhã? O que há de concreto é o presente. O aqui e agora. Viver concentrado no presente, sem voltar inutilmente a mente para o passado nem encaminhá-la também inutilmente para o futuro, é parte da resposta para quem tenta livrar-se das aflições, ansiedades, amarguras que fazem parte da vida de todos nós.
Acho que esse jeito zen de ser teria muita utilidade na vida romântica. Quanto tempo os casais não perdem em brigas e sofrimentos por causa do passado ou do futuro? Esse tempo desperdiçado poderia e deveria ser desfrutado alegremente se vivêssemos o presente, se nos focássemos em aproveitar o que está aconteecendo aqui e agora. Hoje você me ama e eu amo você, e estamos uito felizes por ser assim. Uma atitude baseada nesses pontos elementares traz felicidade. Mas o que acontece quase sempre é exatamente o oposto. Recriminações e amarguras mútuas por coisas passadas. Preocupações muitas vezes neuróticas com um futuro cuja existência está apenas em nossa cabeça. Então jogamos cruelmente no lixo o que poderiam ser momentos de prazer. E optamos, por força de uma mente que se agita como um cavalo selvagem, pelo sofrimento. Isso não é deliberado. É involuntário. Mas a dor é a mesma.
"O.k., MuMu", você pode perguntar, "mas o que posso fazer para mudar?" Eis uma boa pergunta, para a qual não tenho uma resposta precisa, somente algumas pistas. Uma dessas pistas me sugere que talvez diminuíssemos consideravelmente nossa dor se procurássemos entender que tudo é impermanente. Há um tempo para nascer e outro para morrer. Há um tempo para florescer e outro para decair. Tudo o que se ergue se destrói. Tudo passa. A juventude. O vigor. O cargo.A carreira. Esse blog onde eu digito minhas ridículas opiniões. O amor. Isso é a impermanência. Na tentativa desesperada de deter o que não pode ser detido, sofremos intensamente. E em vão. Tente segurar a água nas mãos. Ela escorrerá, quer você queira ou não. Tente segurar o ritmo da vida. Também não adiantará. Se compreendemos a i mpermanência e, ainda mais que isso, a aceitamos, estamos preparados para viver o aqui e agor ano amor. E em tudo o mais. O amanhã? Quem sabe? E o que interessa? Sobretudo: quem o controla? Se não bastasse tudo isso, ele está tão distante não é? Amanhã você vai estar junto da mulher que tanto ama hoje? Você pode se atormentar com essa dúvida e estragar grandes momentos. Ou pode apenas gozar o presente. Experimentar a eternidade de um instante que se desvanecerá com a rapidez com que uma onda se desfaz ao chegar à beira do mar, mas cujo encanto perdurará num tocante e poético desafio à impermanência. O aqui e agora.
E então olho para o espelho. Vejo quantas coisas perdi, na vida amorosa, por estar preso ao passado e cheio de insegura ansiedade em relação ao futuro. Tantas passagens que poderiam decorar gloriosamente as paredes de minha memória foram manchadas por minha incapacidade de abraçar apenas o presente. Tanta felicidade ao alcance de meus dedos e no entanto a opção cega pela dor, pelo medo, pelo rancor. Sinto uma vontade excruciante de pedir desculpas a quem feri por não conseguir viver o aqui e agora. Eu achava que sabia muito sobre o amor e era um ignorante pretensioso. Ainda sou. Mas você só pode enfrentar a ignorância se reconhecer primeiro que é ignorante. Reconheço. A caminhada é longa e árdua. Exige disciplina, exige esforço da mente, exige concentração. Mas, como dizia meu sábio tio butequeiro do interior, toda jornada começa pelo primeiro passo.
PS.: como eu queria seguir tudo que escrevo :/
PS 2: Idéias para o texto tiradas depois de uma longa e boa conversa com um grande amigo pelas madrugadas da vida. :)
Gosto de um pensamento essencial do zen-budismo (alguém me disse que era). Mais ou menos assim: o passado já passou. Não importa mais. Para que ficar pensando nele, para que se atormentar com o que já aconteceu? O futuro ainda não existe. Para que se preocupar ocm ele, se não temos idéia do que será o amanhã? O que há de concreto é o presente. O aqui e agora. Viver concentrado no presente, sem voltar inutilmente a mente para o passado nem encaminhá-la também inutilmente para o futuro, é parte da resposta para quem tenta livrar-se das aflições, ansiedades, amarguras que fazem parte da vida de todos nós.
Acho que esse jeito zen de ser teria muita utilidade na vida romântica. Quanto tempo os casais não perdem em brigas e sofrimentos por causa do passado ou do futuro? Esse tempo desperdiçado poderia e deveria ser desfrutado alegremente se vivêssemos o presente, se nos focássemos em aproveitar o que está aconteecendo aqui e agora. Hoje você me ama e eu amo você, e estamos uito felizes por ser assim. Uma atitude baseada nesses pontos elementares traz felicidade. Mas o que acontece quase sempre é exatamente o oposto. Recriminações e amarguras mútuas por coisas passadas. Preocupações muitas vezes neuróticas com um futuro cuja existência está apenas em nossa cabeça. Então jogamos cruelmente no lixo o que poderiam ser momentos de prazer. E optamos, por força de uma mente que se agita como um cavalo selvagem, pelo sofrimento. Isso não é deliberado. É involuntário. Mas a dor é a mesma.
"O.k., MuMu", você pode perguntar, "mas o que posso fazer para mudar?" Eis uma boa pergunta, para a qual não tenho uma resposta precisa, somente algumas pistas. Uma dessas pistas me sugere que talvez diminuíssemos consideravelmente nossa dor se procurássemos entender que tudo é impermanente. Há um tempo para nascer e outro para morrer. Há um tempo para florescer e outro para decair. Tudo o que se ergue se destrói. Tudo passa. A juventude. O vigor. O cargo.A carreira. Esse blog onde eu digito minhas ridículas opiniões. O amor. Isso é a impermanência. Na tentativa desesperada de deter o que não pode ser detido, sofremos intensamente. E em vão. Tente segurar a água nas mãos. Ela escorrerá, quer você queira ou não. Tente segurar o ritmo da vida. Também não adiantará. Se compreendemos a i mpermanência e, ainda mais que isso, a aceitamos, estamos preparados para viver o aqui e agor ano amor. E em tudo o mais. O amanhã? Quem sabe? E o que interessa? Sobretudo: quem o controla? Se não bastasse tudo isso, ele está tão distante não é? Amanhã você vai estar junto da mulher que tanto ama hoje? Você pode se atormentar com essa dúvida e estragar grandes momentos. Ou pode apenas gozar o presente. Experimentar a eternidade de um instante que se desvanecerá com a rapidez com que uma onda se desfaz ao chegar à beira do mar, mas cujo encanto perdurará num tocante e poético desafio à impermanência. O aqui e agora.
E então olho para o espelho. Vejo quantas coisas perdi, na vida amorosa, por estar preso ao passado e cheio de insegura ansiedade em relação ao futuro. Tantas passagens que poderiam decorar gloriosamente as paredes de minha memória foram manchadas por minha incapacidade de abraçar apenas o presente. Tanta felicidade ao alcance de meus dedos e no entanto a opção cega pela dor, pelo medo, pelo rancor. Sinto uma vontade excruciante de pedir desculpas a quem feri por não conseguir viver o aqui e agora. Eu achava que sabia muito sobre o amor e era um ignorante pretensioso. Ainda sou. Mas você só pode enfrentar a ignorância se reconhecer primeiro que é ignorante. Reconheço. A caminhada é longa e árdua. Exige disciplina, exige esforço da mente, exige concentração. Mas, como dizia meu sábio tio butequeiro do interior, toda jornada começa pelo primeiro passo.
PS.: como eu queria seguir tudo que escrevo :/
PS 2: Idéias para o texto tiradas depois de uma longa e boa conversa com um grande amigo pelas madrugadas da vida. :)